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TOUR HISTÓRICO PELA BOLSA PORTUGUESA

1997 - Euforia na Bolsa da Globalização

Começa 1997 com subidas muito fortes em Janeiro, depois mais lentas durante os meses seguintes e um novo acentuar da alta em Abril, Junho e Julho. Logo nos primeiros dias do ano há dias consecutivos de subida de mais de 2%, um grande acontecimento para a época e sinal de compra acentuado. Muita gente pediu imediatamente empréstimos para investir nessa altura e fizeram bem. Outros lançaram-se nos recém-criados futuros do PSI 20 com estratégias de buy and hold, uma coisa já raramente vista hoje. Essas decisões trouxeram a fortuna a muita gente. Veja o gráfico do BVL 30.




Em Abril a alta acentua-se, com a notícia da entrada de Portugal nos índices da Morgan Stanley (só nesse dia o índice subiu 4%, coisa única nesse ano, embora a notícia já se soubesse de antemão). Note como a Bolsa sobe 66% até Agosto. Nessa fase, toda a gente ganhava e andava eufórica, como já não se via desde 1987. Tal como em 1987, aqueles que utilizaram estratégias de buy and hold com as blue-chips mais bem sucedidas dos meses iniciais foram os que mais ganharam. Os que realizavam mais valias nos lanços de correcção tendiam a perder o forte rebound que se seguia e voltavam a entrar longos a mais alto preço.

Começa a afluir à Bolsa uma nova geração de investidores, uma geração que não tem a experiência dos anos 80 mas que se move bem nas novas realidades da Bolsa de fins dos anos 90: alta volatilidade, altos volumes, alta importância das notícias, quaisquer que elas sejam, alta inter-dependência entre as Bolsas de todo o mundo, a existência de um mercado de futuros.

Para investidores como eu, conhecedores de outros tempos, a adaptação a estas novas realidades demorou algum tempo, mas depressa todos se renderam às maravilhas da Bolsa moderna. Algumas novidades essenciais:

- A volatilidade torna-se sem precedentes, sobretudo a partir de Agosto de 1997, como pode ver no gráfico. Desde 1997 até hoje, já houve mais mini-crashes do que de 1983 a 1997!

- Os Volumes aumentam enormemente, chegando a atingir 50 a 200 milhões de contos por dia. O que se sustenta estes altos volumes são as transacções dos day-traders, quase inexistentes antes.

- Tudo se torna dependente dos mercados internacionais, num grau muito maior, nomeadamente do Dow Jones, Nasdaq (embora este tenha ganho muito mais popularidade em 1999-2000, já se começava a falar muito dele em 1997), Eurotop 100, Ibex, DAX, CAC 40, todos eles influenciam as cotações da nossa Bolsa e as pessoas passam a olhar para eles em tempo real. É a globalização na Bolsa.

- Tudo se torna mais "tempo real", as expectativas e os receios passam a ser mais de curto prazo.

- As notícias guiam a maioria dos investidores mais novos, sobretudo relacionadas com fusões, aquisições e OPAs possíveis, o que só os faz ganhar no mercado altista, mas lhes causa grandes perdas quer nos mercados baixistas, quer até nos mercados laterais (tendem a comprar no pior momento, quando a notícia sai).

- Aparecem mais salas de investidores em Lisboa e Porto. A partir de meados de 1997 elas começam a ficar muito cheias, ao ponto de as pessoas se acotovelarem nelas, devido à afluência de novos investidores atraídos pela alta. Essa realidade de salas muito cheias é descrita nos livros como indicando crash eminente mas, como se vê, às vezes ainda demora cerca de um ano desde essa fase até ao crash).

- Surgem novos equipamentos nas salas de investidores, com capacidades tempo real até então raramente vistas: écrans que mostram gráficos e cotações da nossa Bolsa e índices estrangeiros, écrans com cotações de acções estrangeiras, outros com notícias de canais de TV estrangeiros como a CBS, CNN e Bloomberg.

- A Internet torna-se importante, sobretudo a partir de 1998. Mas poucos ou nenhuns prevêem a bolha nas Internet stocks antes de 1999-2000, já no fim dessa bolha...

- Surgem muitos mais analistas técnicos. Os softwares de Análise Técnica como o MetaStock aumentam as vendas.

- O Mercado de Futuros, começa a ser tão importante como o mercado à vista e, às vezes, mais importante ainda.

Em Junho, a EDP é acrescentada à lista das empresas cotadas, o que aumenta o volume negociado significativamente. A OPV é um grande sucesso, ficando as acções em mais de 3 contos, com preço de subscrição de 2200$. Alguns duvidaram que a emissão esgotasse, pois tratava-se da maior OPV de sempre em termos de encaixe. Mas há uma febre nacional em torno desta emissão e muitos milhares de pessoas subscrevem. A maioria das pessoas subscreve 100 a 200 contos. Alguns investem por intermédio de pedidos de várias pessoas e conseguem apanhar milhares de acções.

Outras excelentes empresas admitidas à cotação: Brisa, Sonae Imobiliária, Ibersol, Inparsa, Semapa. A Inparsa resulta de uma cisão do grupo Sonae pouco clara, já que as acções Inparsa iniciam na Bolsa a cerca de 1500$ e ultrapassam depois os 10 contos. Uma subida tão grande resultou da inclusão (duvidosa) da empresa no PSI 20, e de pouca transparência na divulgação das participações detidas (Optimus, Torralta, Sonae Indústria). É possível que alguns tenham feito fortuna com inside trading e Inparsa neste ano.

Em Agosto há uma forte correcção mas o mercado recupera. Em Outubro há um fortíssimo mini-crash, coincidente com o colapso das bolsas asiáticas, naquela que ficou conhecida como "crise asiática". As cotações estiveram a cair 18% em média nesse dia! Sempre o Outubro! Note-se porém, o contraste com 1987: enquanto, em 1987, as cotações caíam só 5% por dia devido à regra que não as deixava cair mais (o que produziu descidas de 70% nas blue-chips), em 1997 "lançaram-se no espaço em queda livre", caíram, nalguns casos uns 30% num dia, mas recuperaram depois.

O índice recupera logo destes contratempos, numa febre compradora. Os últimos 3 meses de 1997 são passados com medo de novos crashes, até que, lá para o fim do ano, o índice BVL 30 sobe para os 3720, acima dos valores máximos de Julho, antes dos meses turbulentos. Este foi, a meu ver, um sinal técnico de grande importância que preconizou a alta de Janeiro de 1998. O ano de 1997 termina com ganhos de 70%, o melhor ano desde 1986.

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