Estudos de investigação económica efectuados
no decorrer deste século provaram que, a longo prazo, o mercado de acções é a
alternativa de investimento mais rentável, quando comparada com as outras alternativas
mais conhecidas: obrigações, depósitos a prazo, imobiliário, obras de arte, etc. Estes
estudos exaustivos envolveram um universo de milhares de empresas, grandes e pequenas, num
horizonte temporal tão vasto como 1870 - 2000. A maior rentabilidade das acções está
contudo associada a um maior risco. Quem investe em acções tem por vezes de suportar
perdas ou esperar anos antes de obter os tão desejados resultados.
Se você é um
entusiasta das acções, como a leitura desta página faz crer, não tenha dúvidas: daqui
a dez anos estará mais rico que o seu vizinho que deposita o dinheiro no banco ou compra
títulos do tesouro.
Num mercado febrilmente altista (como o que se viveu em 1983-1987, 1993,
1996-98 e 2000, não
é difícil ganhar dinheiro na Bolsa. Até quem escolhe as acções de olhos fechados, sem
quaisquer estudos, acaba por ganhar.
O difícil é conseguir o sonho de qualquer investidor, seja ele particular ou
institucional: bater o mercado, isto é, num período alargado de tempo, conseguir
performances acima da média. Ter uma valorização de 70% na carteira própria num
período em que o mercado em geral sobe 40% ou ter uma valorização nula num período em
que o mercado desce. Manter estes resultados sistematicamente, na alta e na baixa, por
longos anos. Uma carteira de títulos assim bem sucedida significa, para o gestor
profissional, o reconhecimento dos seus méritos pelas chefias. Para o investidor
particular significa o acumular de uma fortuna pessoal, um drástico salto no seu nível
de vida, o justo prémio do seu esforço intelectual.
Estas performances acima da média distinguem os profissionais. Os particulares que
investem baseados em simples palpites, sem ferramentas e estudos de apoio, quase sempre
obtém performances abaixo da média. Eles ganham, às vezes, durante as fases fortemente
altistas, mas quando o mercado desce sofrem grandes perdas, por vezes dramáticas.
Deixam-se ir passivamente ao sabor de palpites, conselhos e boatos. Um estudo recente
feito em Portugal provou que, nos últimos anos, os investidores institucionais a operar
no nosso país conseguiram sistematicamente bater o mercado. Eles aproveitaram bem a alta
de 1986-1987 e, durante os anos de baixa 1990-1992 tiveram perdas mínimas e, por vezes,
ganhos. Eles conseguiram essa superior performance porque estão mais bem informados que
os particulares.
A Análise Fundamental é o método de análise mais usado pelos investidores
institucionais nos seus investimentos. Ela baseia-se no uso de bases de dados contendo os
resultados económicos das empresas, informações complementares como o sector de
actividade da empresa, os produtos comercializados, os mercados e clientes, principais
accionistas e participações, etc.
Os resultados económicos das empresas (Lucros, Cash-flow, Facturação, etc) e a sua
situação patrimonial e financeira (aferida pelos Capitais Próprios, pelo Activo e duma
maneira geral pelos dados de balanço) são combinados com a cotação da empresa para
calcular determinados rácios ditos de análise fundamental (Price Earnings Ratio, Price
Book-Value Ratio, Price Cash-flow Ratio, Dividend Yield, Coeficiente Beta, para só citar
alguns). Esses rácios são usados para aferir a maior ou menor atractividade de uma
acção, tendo em conta o risco. Dados de conjuntura, como a evolução do PIB, a
inflacção, as taxas de juro ou os limites de crédito, são também tidos em conta.
A Análise Fundamental ganha uma dimensão ainda mais importante em períodos de
recessão. A recessão em si gera grandes oportunidades para o investimento em acções
devido à descida das taxas de juro que se lhe segue e à afluência massiva de capitais
à Bolsa. Mas há que saber escolher as empresas em que se aposta pois o futuro será
radioso para umas e mau para outras. Um investimento apenas baseado num método de
Análise Técnica encerra riscos muito grandes uma vez que os "sinais de compra"
da Análise Técnica são gerados quer para as boas quer para as más empresas.
Graças ao software, hoje é possível usar os métodos da Análise Fundamental sem
necessidade de ser um doutor em Economia e Finanças. Tudo o que precisa é da ferramenta
informática adequada que faça os cálculos para si automaticamente e de uma base de
dados potente.
Veja aqui mais sobre a Importância da
Análise Fundamental na bolha das dot com de 2000.